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O mundo é uma aldeia global digitalmente...

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Identidade e Internet

Ver a internet como um laboratório de construção da identidade será assim tão bizarro?
Veremos:
The Internet is an identity laboratory, overflowing with props, audiences, and players for our personal experiments.
Patricia Wallace (2001)[1]


O texto que analisaram e sintetizaram expressa aquilo que já todos constatámos, desde há alguns anos, mas que não havíamos verbalizado de forma tão estruturada. Na verdade, temos plena consciência de que os nativos digitais vivem e precisam irremediavelmente desse mundo paralelo na rede para se expressarem e afirmarem, para construírem a sua identidade, algo que antes faziam em conversas em grupo com os seus pares, noutras actividades e aventuras em que se empenhavam e divertiam. Estas vão escasseando em presença física e ao ar livre para dar lugar a jovens isolados mas ligados a redes sociais, caracterizadas pela globalidade e pela heterogeneidade.
Desde cedo, conseguem interagir e até produzir as suas próprias páginas pessoais, publicam informação e ficheiros multimédia na internet, partilham inúmeros conteúdos. No fim, afirmam-se com o que lhes vai na alma, valorizam a sua identidade, conseguindo ultrapassar a inibição que os sacode do mundo dos adultos e algum complexo que detêm acerca do pouco valor que a sua personalidade parece ter entre os mais velhos.
Chamo aqui a atenção para um estudo que nos ajuda, certamente, a perceber todo este fenómeno. Assim, remontando a Erik Erikson (1968), que nos referiu a “crise de identidade”, durante o quinto estádio de desenvolvimento, dos 12 aos 18 anos de idade, altura em que há uma grande incerteza de papéis a assumir aliada à preocupação com o que os outros pensam, na qual há uma preocupação excessiva com o que os outros pensam, devido a um egocentrismo tão próprio desta fase de desenvolvimento.
Ora, na rede, essa possibilidade de se ser avaliado pelos outros aumenta exponencialmente, extravasando o tradicional pequeno círculo de amigos, família e escola. O mesmo autor refere ainda as “moratórias institucionalizadas”, ou seja, um adolescente deve desfrutar de um período de moratória psicossocial, um período de espera, de experimentação e de ajustamentos dos vários papéis sociais. Existem, na sociedade ocidental, variadas instituições e estruturas sociais que facilitam ou inibem a experimentação de papéis típica deste estádio de desenvolvimento – são as “moratórias institucionalizadas”. A partir delas, o adolescente usufrui de diferentes modos de socialização que o podem ajudar a resolver a sua crise de identidade, sendo uma delas, hoje em dia, sem dúvida alguma, a Internet.
Continuação de bom trabalho!
Saudações cordiais,
Isabel Trabucho
[1] nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/sandra/docs/cap2_internet.pdf (retirado em 9-12-09)

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