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O mundo é uma aldeia global digitalmente...

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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Estudante digital

Depois de estruturarmos o nosso conhecimento acerca do estudante digital, a partir dos textos de Prensky (2001 e 2004), emerge a reflexão sobre as estratégias de ensino-aprendizagem a serem levadas a cabo com estes novos alunos, como refere o mesmo autor, noutro texto: “today’s kids are challenging us, their educators, to engage them at their level, even with the old stuff, the stuff we all claim is so important, that is, the curriculum.”[1]
É um desafio, sem dúvida! No nosso panorama educativo, no quotidiano das escolas, deparamo-nos com algum fosso, em muitos casos, entre o baixo nível de competência dos docentes na área das novas tecnologias da informação e comunicação, em comparação com os utilizadores quase permanentes das novas tecnologias.
Contudo, este uso excessivo das ferramentas tecnológicas, por parte dos alunos, e hoje em dia em educação leva-nos a ponderar sobre a sua influência no desenvolvimento das competências e do conhecimento dos alunos, assim como no facto destas poderem gerar uma aprendizagem mais significativa.

Sobre esta temática, Jonassen (2007)[2] apresenta-nos um estudo exaustivo onde aborda diversas ferramentas utilizadas em ambiente escolar e em situações de aprendizagem. Categorizou as ferramentas em cinco âmbitos: organização semântica; modelação semântica; interpretação; construção de conhecimento e ferramentas de conversação.


Pelo facto do perfil do estudante e o seu papel na aprendizagem se ter alterado nas últimas décadas, o autor defende o uso das ferramentas cognitivas como meio para promover a cooperação entre pares, a participação activa, a construção de conhecimento por parte dos alunos e a aprendizagem reflexiva.

Deste modo, os alunos passam a ter um papel mais activo na sua aprendizagem, pelo que a auto-regulação se torna fundamental. Aliás, este aspecto torna-se primordial sempre que falamos em novas tecnologias na educação, já que a literacia digital dos novos estudantes se encontra bastante desenvolvida pois nasceram já na era tecnológica, sendo apelidados de Geração Net (Tapscott) ou Nativos Digitais (Prensky). Defende o conhecimento construtivo destes novos estudantes que, através das ferramentas cognitivas ganham uma certa autonomia que os leva à criação de produtos originais, onde revelam as suas experiências e a realidade que os rodeia. Habituam-se, desde cedo, a serem autores e a obter motivação no facto de verem o seu trabalho publicado e reconhecido por terceiros e pela própria comunidade.

Tudo se alterou: os alunos assumem uma perspectiva diferente face aos conteúdos passando de receptores passivos do conhecimento a produtores, com a responsabilidade que essa função acarreta. Adquirem, desta maneira, o prazer de aprender.

Ora, perante este quadro em que os estudantes passam a agentes activos principais no processo educativo cabe ao docente uma responsabilidade acrescida, orientando o trabalho dos seus alunos, estimulando a sua curiosidade e criatividade, proporcionando apoio e estímulo, de modo a colmatar dificuldades iniciais na utilização das ferramentas tecnológicas na aprendizagem dos diversos conteúdos disciplinares.

Sabemos estar perante um novo paradigma educacional onde as novas tecnologias imperam. Assim, há que aproveitar o facto de os alunos dominarem as novas tecnologias, de modo a coadunar essas ferramentas com os objectivos didácticos e com as competências que se pretende desenvolver nos alunos.

Estarão tão preparados como todas as gerações estiveram, pois a disponibilidade mental do homem não deve servir as ferramentas que utiliza sendo que estas devem estar ao dispor dos conteúdos e metas que se pretende atingir – não são um fim mas um meio para o conhecimento.


Aceitemos também nós, como professores, mais este desafio!

Isabel Trabucho

[1] net.educause.edu/ir/library/pdf/erm0553.pdf
[2] David H Jonassen (2007) Computadores, Ferramentas Cognitivas - Desenvolver o pensamento crítico nas escolas, Colecção Ciências da Educação – Século XXI, Porto Editora.

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